A informação vale ouro.
Esta manhã, na aula de hidroginástica para grávidas:
Prof. - Então é a última aula..
Aluna - Sim, o Guilherme nasce terça-feira.
Prof. - Ai é? E então?
Aluna - Não sei mais que isto. A médica disse para eu lá estar às oito e para não pensar no assunto no fim-de-semana.
Prof. - Mas não falaram do parto?
Aluna - Não... Ela preferiu não adiantar muita coisa para eu não ficar nervosa.
Roí-me por dentro para não abrir a boca e aí talvez deixar alguém nervoso. Calei-me mais uma vez a pensar, pronto, mais uma mulher tratada como se não tivesse nada a ver com o parto.
Por isso, minhas amigas e meus amigos, como o instinto conta mas gostamos de confiar na ciência - porque tantas vezes e ainda bem ela nos ajuda - há que saber. Saber muito e saber bem. Para depois escolher, ou para que pelo menos compreendamos as escolhas que outros farão em relação a nós.
Tentarei por isso publicar por aqui artigos científicos ou jornalísticos ou estudos sobre vários aspectos do parto.
O primeiro, sobre o malfadado corte. A episiotomia. Ora vejam o que escrevem os médicos com base nos estudos e aquilo que fazem à maioria das mulheres nas salas de parto:
http://www.actamedicaportuguesa.com/pdf/2003-16/6/447%20454.pdf
«O uso profiláctico/rotineiro da episiotomia continua a ser praticado frequentemente apesar da ausência de evidência científica que suporte o seu benefício. Pelo contrário, existe mesmo uma evidência clara de que a
episiotomia pode trazer algumas sequelas.»
Assinam este artigo médico duas obstetras da Maternidade Alfredo da Costa.
Entrevistados por mim há uns anos, os obstetras Diogo Ayres Campos e Manuel Hermida foram claros na sua avaliação sobre em que condições se justifica a episiotomia: perante o sofrimento fetal que obriga à aceleração do nascimento e por isso ao corte dos tecidos vaginais.
Aqui fica esta informação. Para ter algo para pensar no fim de semana....
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